No início desta semana, o ex-vereador Jonadabe José de Souza, mais conhecido como Jonas, antigo aliado do atual prefeito Anderson Prado de Lima, sacudiu a política de Lençóis Paulista com um vídeo explosivo divulgado em diversos grupos de WhatsApp. Jonas acusa o grupo político de Prado de perseguição implacável, alegando que uma dívida sua com o município resultou no bloqueio de sua conta bancária, causando-lhe sérios problemas financeiros e profissionais.
No vídeo, Jonas narra sua trajetória de aliado a alvo. Segundo ele, após ser usado politicamente pelo grupo do prefeito Prado, foi descartado e, posteriormente, perseguido após uma condenação judicial. Jonas alega que, ao contrário do vice-prefeito Manoel dos Santos Silva, conhecido como Manezinho, ele não recebe nenhum tratamento preferencial. De acordo com Jonas, Manezinho, que também tem várias dívidas com a prefeitura, é tratado de forma bem mais branda, sendo beneficiado com acordos e adiamentos que nunca resultam em pagamento real das suas dívidas.
As acusações de Jonas ganham peso com o recente apontamento do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE), feito em 28 de junho de 2024. O TCE apontou irregularidades na Câmara Municipal de Lençóis Paulista, destacando que ex-agentes políticos, incluindo Manezinho, não estão cumprindo acordos de parcelamento de dívidas com a municipalidade, referentes a valores recebidos indevidamente quando ocupavam cargos públicos. O TCE enfatizou que essa reincidência é alarmante.
O jornal Atitude buscou respostas com o vice-prefeito Manezinho sobre essas graves acusações e sua situação financeira com o município. Manezinho afirmou que a única dívida que possui é referente ao REFIS (Programa de Recuperação Fiscal) e que tem cumprido com todos os pagamentos. Contudo, essa declaração entra em conflito direto com o relatório do TCE, que menciona uma dívida de R$ 25.839,67 não paga e acordos não cumpridos por Manezinho, e que essa divida é referente a pagamentos indevidos que manezinho recebeu quando era vereador.
A situação se complicou ainda mais na última sexta-feira, 19 de julho, quando três vereadores da oposição – Mirna, Dudu do Basquete e Romulo – assinaram um requerimento à prefeitura, solicitando informações sobre a situação fiscal de Manezinho. O requerimento, embora necessário, demonstra uma desconexão com os apontamentos anuais do TCE, que claramente indicam irregularidades persistentes e dinheiro indevidamente recebido pelo vice-prefeito.
As revelações de Jonas, combinadas com as constatações do TCE, levantam sérias dúvidas sobre a integridade e transparência da administração municipal de Lençóis Paulista. A população tem o direito de saber se está sendo governada por líderes que manipulam o sistema para benefício próprio enquanto perseguem ex-aliados políticos.
O jornal Atitude continuará a investigar essa história e buscar mais informações das partes envolvidas na próxima semana. Aguardamos ansiosamente pelas próximas revelações que podem esclarecer ou complicar ainda mais esse caso escandaloso de política local.
Redação
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