O ano de 2024 encerra-se com um clima de transição na política de Lençóis Paulista. Após oito anos no comando da prefeitura, o prefeito Anderson Prado de Lima, popularmente conhecido como Pradinho, passa o bastão para André Paccola Sasso, o Cagarete, eleito em uma disputa acirrada que expôs uma cidade dividida. A diferença de apenas 354 votos evidenciou a polarização: metade da população desejava mudança, enquanto a outra aprovava a continuidade de uma gestão que, mesmo sob denúncias e escândalos, termina com altos índices de popularidade.
Prado, que almeja uma candidatura a deputado em 2026, deixa o cargo sob aplausos de seus eleitores, mas também sob a sombra de possíveis ações judiciais da oposição, que promete contestar sua administração em diversos aspectos. Esses processos, segundo analistas, visam fragilizar a figura do ex-prefeito e ofuscar seus planos futuros na política.
Por outro lado, Cagarete inicia seu mandato com grandes desafios. Além de lidar com a complexa tarefa de unificar um município dividido, ele enfrenta fissuras dentro de seu próprio grupo político. Denúncias, "fogo amigo" e o descontentamento de aliados que não serão contemplados na nova gestão prometem tornar seu primeiro ano turbulento.
A oposição, embora fortalecida em termos de votos, perdeu espaço na Câmara Municipal, elegendo apenas três vereadores contra quatro na última legislatura. O resultado eleitoral deixou marcas: membros do grupo derrotado agora enfrentam divisões internas, com aliados traídos ou desassistidos, abrindo caminho para rixas e revelações comprometedoras. Essa "guerra interna" deve enfraquecer a atuação oposicionista e beneficiar a nova gestão municipal.
Enquanto isso, a população observa esse cenário político de camarote – alguns com otimismo, outros com ceticismo e muitos com a paciência de quem sabe que a verdadeira mudança é lenta e imprevisível. Em Lençóis Paulista, o fim de 2024 é um capítulo de intrigas e desafios, cujo desfecho será construído pelos próximos anos.
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