As eleições municipais em Lençóis Paulista estão se aproximando, e os dois principais grupos políticos da cidade já começaram a mobilizar suas estratégias em uma disputa que promete ser acirrada. De um lado, está o grupo do atual prefeito Anderson Prado de Lima, cuja chapa é encabeçada por André Paccola Sasso, conhecido como Cagarete, concorrendo ao cargo de prefeito, e pelo atual vice-prefeito Manoel dos Santos Silva, o Manezinho do jornal O Eco, que busca a reeleição para o mesmo cargo.
O grupo da situação é composto por uma aliança de oito partidos (PROGRESSISTAS, REPUBLICANOS, UB, PSD, PODEMOS, MDB, PRD e AVANTE), formando um verdadeiro exército com 99 candidatos a vereador. Essa robusta base partidária sugere uma estrutura bem montada e um alcance significativo junto ao eleitorado, embora também traga desafios em termos de coordenação e custos elevados. Há quem critique que, em situações como essa, muitos candidatos podem acabar sendo utilizados apenas como “escada” para eleger os caciques partidários, atuando mais como cabos eleitorais do que como reais aspirantes ao Legislativo.
Do outro lado, a oposição é liderada pelo médico Dr. Norberto Pompermayer, que já foi vice-prefeito em duas gestões municipais, de 2001 a 2008, justamente durante o mandato do então prefeito José Antônio Marise, que hoje é seu candidato a vice-prefeito. O grupo oposicionista, composto pelos partidos PL e NOVO, apresenta uma força política mais enxuta, com 20 candidatos a vereador. Embora menor em número, essa formação mais compacta pode sugerir uma campanha focada e com maior coerência interna, mas também pode ser interpretada como sinal de baixa aderência e credibilidade diante de um eleitorado que cada vez mais se mostra exigente e engajado.
No cenário atual, o papel das mídias digitais e o poder de persuasão nesses canais se tornaram mais cruciais do que nunca. As estratégias eleitorais que souberem aproveitar o engajamento online podem conquistar um diferencial importante, superando até mesmo o tradicional tempo de rádio e o material impresso, que tem se tornado cada vez mais impopular entre os eleitores.
Outro fator que pode influenciar o rumo das eleições são os temidos dossiês – aqueles documentos comprometedores que podem abalar a reputação de candidatos e deixar cabos eleitorais envergonhados de defender seu grupo político. Embora não se saiba quantos dossiês poderão surgir ou se serão utilizados, o impacto de revelações escabrosas pode ser decisivo, especialmente se essas denúncias despertarem o interesse do Ministério Público, que, por sua vez, pode trazer à tona maracutaias que possam existir.
Em meio a tantas variáveis, a organização e a estratégia de campanha serão determinantes para o sucesso eleitoral. Como diz o ditado popular, às vezes, um carro velho chega ao destino, enquanto um carro novo pode não alcançar seu objetivo. Neste contexto, as vias de comunicação, ainda que limitadas, são de mão dupla – o que significa que a eficiência e a sagacidade dos estrategistas de campanha podem fazer toda a diferença na definição dos rumos da cidade.
Marcos Xavier
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