Este ano, o cenário político de Lençóis Paulista está mais enxuto do que o habitual. Se em 2020 havia 274 candidatos brigando por uma vaga na câmara, em 2024 o número caiu para 138. O que será que aconteceu? Seria uma súbita conscientização de que prometer o impossível já não cola mais, ou os políticos descobriram que dá muito trabalho inventar falsas esperanças?
Com quase metade dos candidatos fora do jogo, é claro que esses votos vão migrar para os sobreviventes. E, francamente, alguns eleitores podem até optar pela abstenção, afinal, pra que votar se o churrasco do candidato da esquina está fora do cardápio?
Os que já estão com a "cadeirinha" quente, buscando reeleição, têm uma vantagem considerável. O jogo é deles, e os novatos vão precisar mais do que carisma pra ganhar o eleitorado. Mas espera aí, será que a galera jovem vai se deixar levar pelas promessas velhas? Talvez não, mas as redes sociais são poderosas. E, para os políticos, virar meme pode ser a diferença entre ganhar ou perder.
Falando em perder, ninguém gosta de receber político em casa, não é? Aquele papo furado, o churrasco grátis, a cervejinha... tudo soa como falsidade. Eles vêm, comem, bebem, prometem mundos e fundos, e depois somem. Então, parece que a moda agora é reduzir os churrasquinhos e investir na guerra virtual. Porque, convenhamos, dá menos trabalho digitar promessas no Instagram e no Facebook do que preparar uma picanha.
Se eu fosse adivinhar, diria que ao menos cinco vereadores não voltam. Já seria um avanço, porque, sinceramente, reeleição só serve para transformar cargos eletivos em profissão. E político profissional é tudo que a gente menos precisa, porque aí começa a festa do enriquecimento pessoal e das demandas obscuras dos grupinhos de poder.
Então, prepare-se, eleitor de Lençóis Paulista! Este ano, o cardápio é virtual, e o churrasco vai ser só na tela do celular. E quem sabe, com menos reeleitos, a gente não começa a mudar essa história? Afinal, menos candidatos, menos promessas, e mais espaço para mudanças reais... ou pelo menos, é o que esperamos!
Marcos Xavier
Jornalista do Povo
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