No cenário político da cidade de Macatuba, um tema tem dominado as discussões desde novembro passado: a Comissão Especial de Inquérito (CEI) instaurada pela Câmara de Vereadores para apurar possíveis irregularidades na reforma do velório municipal. O processo ganhou destaque após revelações sobre mudanças significativas nos custos da obra, levando a questionamentos e suspeitas por parte da população e legisladores locais.
O primeiro sinal de controvérsia surgiu quando o projeto inicial apresentado pelo prefeito Anderson Ferreira previa um investimento aproximado de R$ 150 mil, sendo prontamente aprovado pelos vereadores. Contudo, meses depois, um novo projeto foi submetido à Câmara, solicitando uma verba adicional de R$ 180 mil. Essa reviravolta nos custos levou tanto os cidadãos quanto os próprios vereadores a levantarem suspeitas sobre a lisura da reforma do cemitério municipal.
A CEI foi solicitada por um grupo de vereadores composto por Sebastião Candido de Moraes, Paulo Henrique Neves, Lasaro Diniz Cordeiro e Cleiver Vieira dos Reis, recebendo a aprovação de seus colegas. No entanto, desde a sua instauração, pouco se sabe sobre o progresso das investigações. O portal de transparência da Câmara Municipal de Macatuba, por sua vez, é alvo de críticas pela falta de informações detalhadas sobre os gastos e demais atividades dos vereadores, incluindo a ausência de notas fiscais relacionadas a despesas diversas.
Enquanto a CEI avança em relativo sigilo, a assessoria do prefeito assegura que todas as indagações apresentadas pelos membros da comissão foram respondidas. Nos bastidores políticos, rumores indicam que a criação da CEI pode ter sido uma estratégia de empresários e grupos de oposição para desgastar a imagem do prefeito, principalmente em ano eleitoral.
Com o retorno das atividades legislativas após um extenso recesso de fim de ano, espera-se que os vereadores que compõem a CEI finalmente esclareçam o andamento das investigações e, se houver, os resultados obtidos até o momento. A população, por sua vez, continua enfrentando as consequências da paralisação das obras do velório municipal, aguardando uma solução efetiva por parte da prefeitura ou da própria Câmara de Vereadores. A falta de transparência, tanto na execução da obra quanto nas investigações, intensifica a insatisfação e a busca por respostas claras por parte da comunidade macatubense.
Marcos Xavier
Jornalista do Povo
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