O prefeito lençoense Anderson Prado de Lima (DEM), vem deixando claro nas conversas e entrevistas que tem realizado nos últimos dias, de que todos os eventos e festividades dependerão dos índices epidemiológicos da Covid na cidade antes das festividades. Será mesmo que depende dos índices, ou é jogo de cena?
No entanto, nos bastidores políticos e nas rodas de conversas de comerciantes, tudo já está praticamente decidido. O esquema está sendo montado assim:
NATAL/ANO NOVO
Primeiro será permitido aglomeração na rua 15 de novembro que será fechada no início do mês de dezembro, como ocorreu ano passado mesmo com a pandemia em alta. Desta forma o comércio funcionará normalmente, assim como outras atrações, como a Casa do Papai Noel, trenzinho, restaurantes e demais comércios e prestadores de serviço, todos poderão trabalhar com capacidade máxima, em horário estabelecido pelo alvará.
CARNAVAL
O carnaval é o problema para a gestão Prado liberar, mesmo o carnaval ocorrendo do dia 25 de fevereiro até a terça-feira, 2 de março. O problema está em que muitas cidades circunvizinhas já terem anunciado o cancelamento do carnaval, o que pode fazer com que centenas de pessoas de fora venham curtir o carnaval aqui, no tal ‘Carnaval da Alegria’, e de repente fazer o índice pandêmico subir quinze dias após a realização do Carnaval, colocando em risco a realização da Facilpa 2022, seja por conta dos índices pandêmicos, ou por uma medida judicial, que poderá ser solicitada por algum abaixo assinado da população, por exemplo.
FACILPA
A Feira Agropecuária do Comércio e Industria de Lençóis Paulista, a Facilpa, é a cereja do bolo da gestão Prado, no quesito eventos. Nos bastidores políticos, dizem que ele não medirá esforços para que a Facilpa 2022 ocorra, existe muitos interesses de amigos empresários envolvidos. As informações é de que Prado tem ligações muitos próximas aos organizadores, e já teria pactuado que nada impedirá que a Facilpa 2022 seja realizada. A prefeitura deve investir em torno de R$ 3 milhões de reais no evento de 2022, entre contratação de Shows para os dias de portões abertos e outros custos operacionais diretos e indiretos para a realização do evento. Há quem diga que o evento só não ocorrerá se houver superlotação na UTI Covid na véspera, ou uma medida judicial contra, do contrário não existe hipótese para cancelamento.
Resumo da trama
O grande teste será a liberação da rua 15 de novembro, para passeio e compras de fim de ano. Como já foi feito o ano passado, mesmo com alto índice de contaminados na cidade. Para o prefeito Prado, a economia não pode parar, e em Lençóis praticamente nunca parou, a grande empresa que o diga.
Já após o fim de ano, o dilema será liberar o carnaval, que pouco ou nada de lucro trás para a cidade, e ainda fará correr o risco de centenas de pessoas de fora virem participar do Carnaval da Alegria realizado pela Prefeitura.
Como o Carnaval termina no início de março, e todos sabem que se houver contaminação por Covid em virtude das aglomerações dessa festividade, isso aparecerá 15 dias após os bailes, e poderá deixar a cidade com índices elevados de casos ativos e internações, pouco antes da Facilpa. Essa sim, que envolve muito dinheiro e tratativas. Onde parte dos lojistas lençoense reclamam que os realizadores e a maioria dos comerciantes que participam do evento são de fora, e que após a Facilpa, muitas das pessoas que gastaram no evento o que tinham e não tinham, acabam ficando inadimplentes no comércio local.
Porém, independente dessa polemica que perdura anos, tudo indica que a Facilpa será realizada independente de índices pandêmicos, já saiu em várias mídias locais que Prado quer terminar a Facilpa com o cantor Daniel, e todos sabem que os artistas trabalham com uma agenda rígida.
O prefeito já mobiliza seu eleitorado e asseclas para defendê-lo em eventuais críticas que ele venha a sofrer nas redes sociais.
Em contrapartida, os que defendem que qualquer evento que ponha em risco a volta da pandemia deve ser cancelado, preparam vários documentos que mostraria que Prado mudou muito a maneira de agir após ser reeleito, o tal do ‘Mais amor e menos desamor’ era usado quando conveniente, segundo algumas pessoas ouvidas por este jornalista. E que Prado nunca usou da mesma aptidão que está tendo para a liberação desses eventos, para mais vagas e construção de novas creches para as mais de 200 crianças que aguardam na fila e suas mães não conseguem trabalhar, assim como centenas de pessoas que aguardam realização de exames e cirurgias eletivas que a prefeitura não paga alegando falta de recursos financeiros mesmo dia após dia batendo recorde em superavit financeiro, como também, várias obras que se encontram paradas por falta de projetos e planejamento. No entanto, recurso e planejamento não faltam para a realização de um evento particular, a Facilpa.
Por fim, o prefeito Prado, que não pode se candidatar mais a reeleição, pois está no seu segundo e último mandato consecutivo, e só poderá se candidatar de novo à prefeitura, lá... bem longe ... em 2028, agora aproveita a ausência de oposição política, e impõe seu ritmo, sem ouvir a população e usa de bravatas, de que a maioria o apoia na realização de tais eventos, o que não se percebe nas redes sociais, que tanto o ajudou a elege-lo e reelege-lo. Alguns o desafiam a realizar uma audiência pública para saber o que o povo pensa desses eventos, ao que dizem que ele responde nos bastidores que a audiência pública ocorreu nas urnas, e que como diz o Zagalo, os contrários agora terão que engolir seus desmandos. Enfim, veremos onde tudo isso irá levar.
E oremos, para que se as festividades vierem, que ao menos as pessoas que forem a esses eventos se protejam e mantenham ao menos o distanciamento social e cumpram os regramentos sanitários.
Nossa torcida é para que a pandemia termine antes. Mas, a realidade é que surgiu agora uma nova cepa, a Ômicron, que dizem ser mais transmissível. E já não se sabe se as vacinas que tomamos são eficazes contra essa nova cepa. Só nos resta orar, e pedir para que Deus nos proteja! Que tenhamos mais amor e menos desamor. Por favor.
Marcos Xavier
Jornalista do Povo