Lençóis Paulista vive dias de tensão política. Um rumor inesperado, plantado pelo vereador Nardeli da Silva, aliado do atual prefeito Anderson Prado de Lima, caiu como uma bomba na cidade. Segundo Nardeli, os grupos de oposição e situação estariam negociando um acordo para as próximas eleições, e poderiam até se fundir. Esta possibilidade, para muitos impensável, lançou o grupo do ex-prefeito José Antônio Marise, derrotado nas últimas duas eleições municipais (2016 e 2020), em um frenesi de debates e desconfianças.
O impacto foi imediato. Os membros do grupo de Marise, muitos dos quais se uniram justamente por discordarem da administração de Prado, sentiram-se traídos pela simples ideia de uma fusão. "Seria uma vergonha sem tamanho para os políticos envolvidos, em especial ao ex-prefeito Marise", disse um popular ouvido pela reportagem do jornal Atitude. Marise, conhecido por sua postura incisiva, tem reiterado em suas visitas ao eleitorado que, se voltar ao poder, fará uma auditoria sem precedentes na história de Lençóis Paulista. Ele promete expor como os políticos e atuais secretários enriqueceram com recursos públicos, caso as auditorias apontem irregularidades.
Por outro lado, a conversa sobre uma possível fusão não parece tão negativa para o grupo da situação, liderado por Prado. A atual gestão enfrenta uma crescente perda de credibilidade popular. A propaganda oficial, promovida por uma equipe de comunicação que consome milhões de recursos públicos com marketing, está em desacordo com a realidade percebida pela população, especialmente nas áreas de Saúde e Educação. Nos postos de saúde faltam remédios básicos e as filas de espera para consultas com especialistas são intermináveis. Nas escolas, a situação é igualmente precária, com ventiladores quebrados, falta de uniformes e estruturas decadentes, inaugura-se obras inacabadas, enquanto outras escolas estão caindo aos pedaços.
Para Prado, que não pode se reeleger, uma coalizão pode ser a tábua de salvação. Com seus candidatos preferidos não figurando como favoritos na boca do povo, a aliança poderia assegurar uma continuidade de poder e evitar futuras auditorias que possam questionar a gestão atual e revelar supostas coisas obscuras.
Até o dia 5 de agosto, prazo para os partidos decidirem seus candidatos, os cidadãos lençoenses estarão atentos, esperando para saber se a fusão será realidade ou apenas mais um boato. O clima na cidade é de incerteza, e como diz o ditado popular, onde há fumaça, há fogo.
Marcos Xavier
Jornalista do Povo
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