Macatuba, cidade antes conhecida pela vitalidade e envolvimento comunitário do seu Clube Esportivo e Cultural (CEC), enfrenta agora um cenário de descaso e abandono que tem despertado a indignação dos moradores. Esta semana, a situação atingiu um ponto crítico, levando populares a compartilhar nas redes sociais fotos e vídeos do estado deplorável do antigo clube, gerando uma onda de repercussões e debates no grupo de WhatsApp ‘Pauta Macatuba’, criado para discutir políticas públicas na cidade.
O aumento dos casos de dengue na cidade intensificou ainda mais a preocupação dos cidadãos, que veem no estado de abandono do CEC um potencial foco para a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Em meio a essa crise, a Prefeitura de Macatuba divulgou uma nota oficial na tentativa de esclarecer a situação.
A Nota da Prefeitura
Em sua nota, a Prefeitura ressaltou que o CEC é uma organização privada, de responsabilidade de sua diretoria e sócios. Segundo o comunicado, já em novembro de 2021, a administração municipal havia publicado uma notificação extrajudicial no Diário Oficial para que o imóvel fosse devolvido ao município. A decisão baseou-se no abandono evidente do local e na ausência de uma escritura de doação da área, que originalmente pertencia ao município. Além disso, o prazo de cessão de 30 anos concedido pela Prefeitura havia expirado.
A Prefeitura informou que, após a recusa administrativa da devolução do imóvel, uma ação judicial foi iniciada em novembro de 2022. No entanto, o processo enfrenta dificuldades devido à ausência do presidente do CEC, que não foi encontrado pela justiça para receber a notificação, travando o andamento da ação.
Fiscalização e Controle de Endemias
No que diz respeito ao controle da dengue, a Prefeitura assegurou que os profissionais de endemias têm realizado monitoramentos mensais no local, autorizados judicialmente, para verificar a situação da água nas piscinas do clube. Apesar de não terem encontrado larvas do mosquito Aedes aegypti, o ambiente deteriorado permanece como uma preocupação constante. O controle químico tem sido feito regularmente, mas a Prefeitura ressalta que ações mais drásticas, como o esvaziamento das piscinas, dependem de decisões dos responsáveis pelo clube ou de uma arbitragem judicial.
A Voz do Povo
A revolta da população de Macatuba é palpável. Os moradores se perguntam até quando terão que lidar com o descaso das autoridades do clube e a demora no processo judicial. Muitos enxergam na devolução do imóvel para o município uma solução viável, permitindo que a Prefeitura possa revitalizar o espaço e eliminar de vez um possível foco de doenças.
Esperança de Sensibilização
A Prefeitura vê com bons olhos a repercussão e a mobilização popular. Quem sabe, a comoção pública possa finalmente sensibilizar o Poder Judiciário, bem como a diretoria e os sócios remanescentes do CEC, para a urgência da devolução do imóvel. A administração municipal acredita que, com o imóvel de volta ao poder público, será possível aproveitar melhor o espaço para o bem-estar da comunidade, eliminando o risco de focos de dengue e oferecendo um ambiente seguro e revitalizado para os moradores de Macatuba.
Enquanto isso, a população segue vigilante e ativa, aguardando que as autoridades tomem as medidas necessárias para resolver essa situação que, há tempos, compromete a saúde e o bem-estar de todos.
Marcos Xavier
Jornalista do Povo
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